quarta-feira, 11 de maio de 2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Confissões


“E assim foste o contrário, o avesso do avesso
E por mais que eu me esforce, não sei bem se Te conheço.
Tu enxergas o profundo, eu insisto em ver a margem
Quando vês o coração, eu vejo a imagem.”

Música vem de inspiração, na maioria das vezes. Coisas que vêm da inspiração nos tornam mais inteligentes, na maioria das vezes.
Padre Fábio quando compôs essa obra-prima exprimiu o que sempre senti, mas nunca consegui expressar. Na primeira vez que escutei essa canção, anos atrás, essa parte fora a que mais me chamou a atenção. Na última vez que escutei, também.
Até hoje ela continua martelando toda vez que escuto. Um bate-estaca dentro da cabeça.
Fico pensando... Talvez a maior dificuldade de ser humano seja conseguir ver além das aparências. Conseguir enxergar o que a Fera tem de bela.
A sentença de que “seremos medidos na mesma medida que medimos os outros” assusta.
Como não julgar? Como não rotular? Sinceramente, considero a missão se tornando quase impossível.
Como medir alguém pelo que ele ainda pode ser? Simplesmente ignorar meus valores superficiais, minhas vãs preocupações, minhas teorias embasadíssimas, meus filtros, meu processo seletivo. Burlar tudo isso e olhar mais uma vez.
Olhar de novo e ir além da imagem, do momento, do erro que persiste.
Sinceramente, acredito que sem uma essência divina isso não é possível. E talvez essa tal essência é que tenha ajudado Jesus a escolher quem escolheu: os piores.
Os que ninguém escolhe, os que não tinham nada a oferecer em troca, os que causam vergonha.
Ele preferia os piores. E eu... eu me digo sua seguidora. Escolho os melhores.

Não espero nem me acho capaz de alcançar tamanho grau de intimidade com o ‘Cara lá de cima’. Mas queria muito descobrir um jeito de aliviar na hora do julgamento. Na hora do meu julgamento. Aquele rápido, imediato, que decreta a sentença só de olhar. Automático.
Investir um pouco mais na proximidade. Tornar a vida mais leve. Esvaziar minha bolsa abarrotada de embalagens que visto nos outros sem olhar direito seu real conteúdo.
Sinceramente, nunca o Cristianismo me pareceu tão desafiador. Tão provocativo.

Na verdade, tudo o que é bom costuma ser difícil de alcançar, na maioria das vezes.
E a realidade é que por mais que a gente se aproxime de Deus continuamos sendo humanos demais, na maioria das vezes.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pra não dizer que não falei da Páscoa...




De fato, a Igreja é sábia ao eleger a Páscoa como sua principal festa.
São Paulo já dizia que se Cristo não ressuscitou, toda a nossa fé não passa de ilusão.
Eu concordo.
Até hoje, somente o Homem-Deus ressuscitou. É isso que o diferencia. É isso que o torna mais que um simples homem bom.
Nos resta agora ressuscitar com Ele. Provar para o mundo que a Sexta-feira não é o fim da história.
De fato, se o mundo ressuscitasse com Cristo, a história se transformaria num eterno Domingo.
Sem gostos amargos. Apenas com o doce sabor da vitória.
Quer chocolate melhor?

terça-feira, 24 de março de 2009

Incansável movimento de rotação


Muitas pessoas dizem não gostar de “alegorias” quando falamos de Deus. Ou seja, coisas simbólicas que comparamos às coisas de Deus para que nos ajudem a entendê-Lo um pouco mais. Respeito essa visão. Mas penso diferente.
A cada manhã as coisas naturais me ajudam a descobrir o sobrenatural.
Assim é a minha vida. Deus fala comigo de maneiras tão irreverentes que eu mesma me surpreendo.
Esses dias, descobri que o amor de Deus é igualzinho ao movimento da Terra.
Fiquei pensando silenciosamente: A Terra já está tão velha... Há bilhões de anos faz a mesma coisa: gira. E, se um dia, um diazinho sequer, ela simplesmente não girasse? Comparado a todos os anos que ela já girou isso não significaria absolutamente nada. O problema seria é nosso.
Uma simples interrupção no movimento e os mares seriam bagunçados e provavelmente invadiriam a costa. Uma pequena pausa e estaríamos ferrados.
Mas a Terra não pára. Gira, gira e gira. Não dá defeito, não se cansa.
Em meio às minhas viagens hipotéticas Deus ia falando no meu ouvido.
O amor Dele é assim. Ama, ama e não se cansa.
Se um diazinho sequer interrompesse o seu amor estaríamos ferrados, e ferrados pra valer.
Mas o amor de Deus não pára.
Ao contrário. Passam-se os dias, os anos, os séculos, as pessoas cometem os mesmos erros, mas o movimento não pára.
Nossa preocupação com Deus também se parece muito com a preocupação que temos com a Terra. Só quando as coisas começam a desabar que abrimos os olhos e enxergamos que dependemos dela para sobreviver.
Espero não precisar de um aquecimento global na vida para olhar para Deus.
Pretendo continuar fazendo parte de um “Greenpeace místico”. Cuidar e olhar para Deus enquanto não acontece nenhuma catástrofe.
É melhor assim.



sexta-feira, 6 de março de 2009

Mera coincidência


Uma chance.
Só uma chance.
Como ainda não inventaram máquina do tempo e reencarnação ainda é uma invenção, de fato, só temos uma chance.
Não dá para voltar ao passado nem esperar outra vida para evoluir como pessoa.
A vida é única e único é o nosso hoje.
Santa Teresinha já dizia: “Minha vida é um brevíssimo segundo, para amar-Te não tenho nada mais que hoje.”
É a teoria renatorussiana do “como se não houvesse amanhã”.
Sabem das coisas esses dois...
Meu Deus... a vida passa pela gente tão depressa e, se não a olhamos de frente, ela passa sozinha.
Eu quero agarrar a vida!
Sim!
Quero vivê-la tão intensamente quanto posso, ou quanto me é concedido.
Quero amar, quero pensar que não existe amanhã.
Quero dar um abraço de urso na vida todos os dias.
É tão fácil viver numa consciência de que teremos outra chance... É tão fácil deixar o meu perdão para amanhã. É tão confortável adiar minha mudança.
Viver assim é mesquinho. E por mais que “não ter nada mais que hoje” nos pressione a uma melhora, eu prefiro viver assim.
Os monges antigos possuíam uma tradição estranha. Cumprimentavam-se esquisito. Ao passar um pelo outro, um dizia: “Você vai morrer!”, e o outro respondia: “Carpe diem!” – Aproveite o dia.
Tão clichê... tão verdade.
Talvez essa seja a fórmula mágica da felicidade: não deixar a vida passar por nós sem que a abracemos apertado.
E a vida que falo não se trata de algo abstrato. A vida são pessoas.
Abraçar a vida é abraçar pessoas, e com elas aprender a ser feliz.
Abraçar a vida é abraçar a Amanda, a Ana, o Jader, o Guilherme. E não deixar que eles se esqueçam de que compõem a vida. Não deixar que eles passem por mim sem se lembrarem que são amados.
Uma outra Teresa também pensava assim... (a de Calcutá).
Ela puxava nossas orelhas: “Nunca permita que alguém saia de sua presença sem que se sinta de alguma forma melhor ou mais feliz.”
Não sei ao certo de quem é a teoria da única chance, mas uma coisa eu sei.
A consciência de que a vida é uma só nos impulsiona para torná-la inesquecível.
Se quiserem prova do que falo basta olhar para a vida dessas Teresas e desse Renato. Vidas completamente diferentes e, no entanto, impossíveis de serem esquecidas pela única coisa que têm em comum: sua autenticidade.
Só temos uma chance.